Como preparar o ambiente de trabalho para receber colaboradores com TEA

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Como preparar o ambiente de trabalho para receber colaboradores com TEA

No Brasil, estima-se que 85% das pessoas com Transtorno do Espectro Autista estão desempregadas

 

Fato é que, mesmo hoje, em um tempo que se fala tanto sobre inclusão, ainda existe dificuldade por parte das empresas de incluir pessoas que possuem essa chamada “neurodiversidade”. 

 

O que esperar de profissionais com este transtorno? Como acolher? Como as empresas podem atuar de forma inclusiva e mudar essa realidade?

 

É o que vamos discutir neste artigo. 

Pessoas com Transtorno do Espectro Autista podem trabalhar? 

Essa é uma dúvida muito comum, mas segundo a psicóloga Walkiria Medeiros, especialista em Transtorno do Espectro Autista, a pessoa com TEA pode ser inserida no mercado de trabalho, desde que tenha suporte e apoio necessários. 

 

A Lei nº 8.213 de 1991, inclusive, garante cotas para pessoas com deficiências nas  empresas, assegurando respeito e respaldo por suas necessidades especiais. 

 

“Os autistas são muito bons em atividades que exigem concentração, padrões e tecnologias. Entretanto na prática, apesar de muitas empresas aceitarem e trabalharem a inclusão, outras têm muita dificuldade devido ao preconceito e a falta de busca por informação”, complementa Walkiria. 

Desafios de uma pessoa com TEA no ambiente de trabalho 

Por causa desse cenário de desinformação, o autista pode enfrentar diferentes desafios, mesmo nas empresas que possuem intenção de o acolherem. 

 

Por conta de alguns sintomas, como a introspecção, dificuldade de manter contato visual ou expressões faciais não tão óbvias, essas pessoas possuem dificuldade de construírem relações e acabam sendo deixadas de lados em muitas situações. 

 

Em casos mais extremos, ainda são vistos como pessoas que portam uma doença e muitos empregadores acreditam que seus resultados vão cair por contratarem autistas. 

 

Porém, para Liliane Rocha, que é autora do livro Como ser um líder inclusivo, “a inclusão de profissionais com autismo no mercado de trabalho é capaz de gerar tanto resultado quanto o que se espera dos demais colaboradores”. 

Como receber pessoas com Transtorno do Espectro Autista no ambiente de trabalho 

Mas como tornar isso possível?

 

Antes de mais nada, segundo Walquiria, é importante se munir de informação. “Sabendo que eles são muito bons em tarefas rotineiras, que não se adaptam facilmente com mudanças, as empresas entendem que devem ser muito claras e objetivas com relação às funções de um funcionário com TEA, assim como a importância de manter um padrão no dia a dia. 

 

É essencial, também, fazer um treinamento com a equipe para receber essa nova pessoa, que vê a vida sob uma perspectiva diferente, e precisa ser respeitada assim como as demais. 

 

Alguns outros pontos também são importantes. 

 

5 dicas para receber pessoas com autismo na empresa 

 

  1. Não reduza uma pessoa com TEA à um doente 

 

O Transtorno do Espectro Autista não é uma doença, como o próprio nome já diz: é um transtorno, e existem inúmeras diferenças nos sintomas e na forma de viver a vida entre pessoas autistas.

 

  1. Seja empático 

Haja naturalmente, dedique atenção ao conversar com um autista e seja paciente. Você pode se surpreender. 

 

  1. Prepare o espaço para recebê-la 

Pessoas com TEA, em geral, não gostam de barulhos e ambientes muito movimentados. Separe um local calmo e que permita a concentração para que ela trabalhe bem. 

 

  1. Não se prenda a estereótipos 

 

É comum relacionar pessoas autistas a trabalhos tecnológicos e repetitivos, mas cada uma possui um perfil e elas podem se destacar em outras áreas, que não apenas essas. 

 

Essa não deve ser uma regra a ser seguida. Entenda a pessoa que está sendo contratada como um todo, não como apenas “alguém com autismo”. 

  1. Estude sobre o assunto 

Hoje já existem livros, documentários, filmes e artigos sobre o tema, então, não saber sobre o Transtorno do Espectro Autista não serve mais como desculpa. 

 

Na internet encontram-se materiais interessantes para estudo, grupos para compartilhamento de ideias e vídeos de quem vive essa realidade todos os dias. É possível estudar por meio de fontes confiáveis e receber o funcionário com TEA da melhor forma possível. 

Neurodiversidade pode trazer resultados para uma empresa 

 

A neurodiversidade é um tema relativamente novo no mercado de trabalho e está sendo cada vez mais disseminado entre empresas que buscam responsabilidade social. 

 

Mais que isso, ter no time de trabalho pessoas com diferentes visões de mundo pode colaborar para que, por meio de perspectivas distintas, a empresa cresça. 

 

Fechar os olhos para diferentes realidades não é mais aceitável! 

 

Para saber mais sobre esse tema, leia o texto “Como a tecnologia pode auxiliar pessoas com TEA”. 

 

Colaborou com o artigo: Walkiria Marqueti Rocha Medeiros, Psicóloga e Diretora Clínica no Instituto Zoom, aproximando pessoas especiais. Especializada e Pós graduada em TEA, Transtorno do Espectro Autista. Atuando há 11 anos no Instituto. 

 

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