Aprendizados na caminhada com nosso filho autista

Entre os sonhos da minha vida, o maior f...

Entre os sonhos da minha vida, o maior foi o de ter filhos. E se tornou realidade em 2007 com minha esposa Taciana: nasceu o Pedro. Lindo, saudável e amado. Tudo ia conforme o esperado até os dois anos, quando algo estranho aconteceu…

Ele “virou uma chave” e mudou seu comportamento. Ficava isolado pelos cantos da casa olhando para o nada, parecia perdido. Podíamos gritar seu nome, mas ele não olhava. Parou de sorrir e de se interessar por brinquedos e crianças. Além disso, apresentou comportamentos repetitivos e dificuldades motoras pontuais. E a fala regrediu: parou de falar (e continua assim).

Nossa primeira reação foi de negação. Afinal, podia ser só uma fase. Mas como os sintomas persistiram, ficamos assustados. Como um bebê pôde mudar tanto de comportamento de uma hora para outra? Precisávamos descobrir o que estava acontecendo.

Em consulta ao pediatra, foram feitos testes para entender se suas habilidades estavam compatíveis com a idade. O resultado foi negativo para boa parte delas. Por isso, o médico nos orientou a procurar neuropediatra e psiquiatra. Enfim, nosso Pedro foi diagnosticado com TEA – Transtorno do Espectro Autista.

Foi um momento perturbador. Não conhecíamos o assunto, nem o que fazer para ajudá-lo. Ficamos sem chão e sem rumo durante um bom tempo. Era nosso primeiro filho e o prognóstico era assustador. Como lidar com tudo isso?

A resposta é que tem sido um processo de paciência e aprendizados. É uma situação difícil, mas precisamos aceitar e entender as particularidades e limitações do Pedro. Respeitar seu tempo. E nos adaptar: saber que ele tem seu universo, seu modo de viver e se comunicar. Nós temos que nos moldar a ele e não o contrário.

Procuramos ajuda profissional: terapias e atividades que ajudam seu tratamento, para ele se desenvolver e treinar suas habilidades. Com o tempo ele evoluiu: voltou a sorrir, interagir, cultivar interesses e encontrou formas de se comunicar.

Ainda assim, é vital não criarmos expectativas, nem fazer planos a longo prazo. Buscamos viver o agora, fazer o possível hoje. E valorizar pequenas coisas, comemorar cada vitória. O que é banal para alguns pais para nós pode ser a coisa mais incrível do mundo. Por isso, tentamos não comparar o Pedro com outras crianças. O parâmetro é sua própria evolução. 

Em todo esse processo, a Microexato by Selbetti sempre me apoiou. Abriu os canais de comunicação para compartilhar informações e ajudar na conscientização do autismo. Principalmente para pais como eu, pois muitos conhecem pouco sobre o assunto. 

Hoje eu e a Taciana sabemos que o Pedro precisa de nós para o resto da vida e temos que dar a maior parte da nossa por ele. É um garoto esperto, inteligente e carinhoso. Tem se tornado um parceiro de todas as horas.

Na caminhada com nosso filho autista, aprendemos que somos cercados por seres humanos diferentes entre si. E isso é uma virtude. Como diz o título de uma palestra do TED de Temple Grandin, uma famosa autista: “O mundo precisa de todos os tipos de mentes”.

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