Já falamos por aqui sobre os 6 R’s da sustentabilidade (reduzir, reutilizar, reciclar, reparar, recusar e repensar) e como eles são importantes para a análise do ciclo de vida de um produto ou mesmo de um serviço. Afinal, a sociedade como um todo é responsável pela preservação do planeta e as empresas que ainda não pensaram nas questões ambientais podem estar desperdiçando recursos e perdendo valor enquanto marca. A cada dia, mais pessoas estão se conscientizando e buscando informações sobre aquilo que consomem e muitas já estão dispostas a recusar marcas que não se empenham em ser sustentáveis.
Em 1992, a ONU realizou a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, no Rio de Janeiro. Foi quando surgiram as primeiras referências aos “R’s” da sustentabilidade. O objetivo dessa política é analisar a geração de resíduos, de forma a preservar ao máximo o meio ambiente. Ela pode ser aplicada tanto aos cidadãos e consumidores, quanto às empresas. Neste texto, falaremos especificamente do segundo R da sustentabilidade: reutilizar.
Você sabia que quase 80% dos resíduos produzidos em uma cidade poderiam ser reciclados ou reutilizados? De acordo com um estudo de 2012 do Banco Mundial, 3 bilhões de habitantes produziram 1,3 bilhão de toneladas de resíduo sólido urbano, um total de 1,2 kg por pessoa, por dia. A instituição também fez uma estimativa de que, em 2025, o total aumentaria para 1,4 kg por pessoa, por dia.
Segundo a ONU, desde 1950 os humanos produziram 8,3 bilhões de toneladas de plástico e a previsão é que esse número aumente para 34 bilhões até 2050. Portanto, é urgente que se pense em formas de reciclagem e reutilização dos resíduos produzidos pela humanidade.
E esse movimento já começou a tomar forma na Europa, onde foi lançada uma política pública, em 2020, que aborda a necessidade de melhorar a durabilidade, reutilização, atualização e reparabilidade dos produtos e promete recompensar os fabricantes com incentivos conforme seu desempenho. Esse pode ser um modelo para governos de países em desenvolvimento se basearem, mas por que não aplicar essa ideia em um ambiente menor, incentivando os colaboradores da empresa que contribuírem com ideias mais sustentáveis?
Reutilizar é otimizar ao máximo o uso de um produto antes de descartá-lo, sem que seja necessário fazer alguma alteração drástica nele. Já reciclar significa reinserir certo item nas cadeias produtivas para que seja processado e transformado em um novo produto.
Reutilizar é usar de maneira mais eficiente os recursos, com o objetivo de reduzir ao máximo seu esgotamento. Por isso, os programas de manejo de resíduos devem se basear no maior rendimento dos recursos.
Equipamentos eletrônicos, baterias, pilhas e lâmpadas fluorescentes são alguns exemplos de produtos que podem ser reaproveitados, assim como embalagens dos mais diversos materiais. Uma empresa que lucra com o reaproveitamento de embalagens é a Natura, que oferece ao seu consumidor a possibilidade de comprar apenas um refil do produto desejado.
Papéis também entram nessa lista. Eles podem ser reutilizados nos dois lados ou como rascunho e bloco de anotações.
Toners e outros produtos que podem ser recarregados também são um ótimo exemplo de reutilização. Como o plástico é um material que não pode ser reciclado infinitamente, alguns fabricantes já estão pensando em substituições ou opções de embalagens que possam ser reutilizáveis. Desde 1950, a maioria do material produzido no mundo é de produtos e embalagens de uso único, e menos de 10% disso foi reciclado, de acordo com estudo da Fundação Heinrich Böll e do movimento Break Free From Plastic, publicado em novembro de 2020.
A HP, por exemplo, possui o programa HP Planet Partners Brasil, que recolhe os cartuchos e toners usados para reaproveitá-los. Caso o cliente possua mais de 5 cartuchos de tinta ou outros suprimentos de impressão, é possível solicitar o serviço de coleta gratuita. Cada quilo em equipamentos eletroeletrônicos coletados é revertido em 1 quilo de alimentos doados para instituições parceiras da HP. Mais de 875 milhões de cartuchos de tinta e toners originais HP já foram reciclados pelos clientes com o HP Planet Partners.
No quesito embalagens, a Johnson & Johnson tem redesenhado as suas para reduzir o uso de plástico e substituí-lo por materiais alternativos, como papel. A ideia da empresa também é eliminar o plástico desnecessário ou problemático e mudar as embalagens de uso único para que elas possam ser reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis até 2025.
Outro exemplo vem dos Estados Unidos. A Lego anunciou um projeto-piloto no país, em que os clientes podem enviar gratuitamente suas peças velhas e sem uso para que sejam limpas, reembaladas e doadas para instituições sem fins lucrativos. A estimativa é de que, com esse projeto, sejam economizados 80% dos recursos necessários para criar novos brinquedos.
Empresas que manejam alimentos, por exemplo, podem apostar na compostagem, evitando que o lixo orgânico seja colocado em sacos plásticos que serão descartados em aterros. Isso sem contar no reaproveitamento máximo de alimentos, como folhas e talos, para receitas diversas.
Uma das maiores representantes brasileiras no quesito sustentabilidade, a Renner lançou, em 2018, uma coleção com peças feitas a partir de fios reutilizados de sobras de tecidos, o que diminuiu o consumo de água em 44%.
Outras ações de reutilização necessitam de maior planejamento, como a implantação de sistemas de reutilização de água. Nesse caso, a água da chuva pode ser captada e utilizada em atividades como limpeza de maquinário, irrigação de plantas, nas descargas dos banheiros ou mesmo no ciclo de produção. A descarga de um vaso sanitário pode utilizar muitos litros de água sem necessidade. Você sabia que no Japão algumas residências possuem vasos sanitários com pias acopladas à caixa de descarga, fazendo com que a água da lavagem das mãos seja utilizada para este fim? Essa é uma ideia que vale a pena pesquisar. No Brasil existem empresas que vendem este tipo de vaso sanitário.
Outra dica é consultar a Resolução 54 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, que estabelece as modalidades, diretrizes e critérios gerais para a prática de reuso direto não potável de água. Algumas ideias podem surgir nessa consulta.
Além de reutilizar recursos que já existem na empresa, por que não apostar em usados na hora de fazer uma compra? Uma opção simples, mas capaz de reduzir as emissões de CO2 e o consumo de água é a aquisição de computadores seminovos.
Em um primeiro momento pode parecer absurdo, já que a tecnologia evolui a cada dia, mas, procurando o fornecedor correto, é possível adquirir equipamentos usados pela metade do preço e com o mesmo desempenho de modelos novos e que dificilmente seriam encontrados no varejo. A compra de computadores seminovos amplia a vida útil de equipamentos já produzidos e que, portanto, já causaram impacto no meio ambiente.
Com mais de 20 anos de mercado, a Microexato é pioneira no segmento de seminovos. Ao adquirir os
produtos comercializados pela empresa, evita-se a produção de um equipamento novo, o que significa uma economia de 210 kg de CO2, o equivalente a 840 km percorridos por um carro, e de 1.500 litros de água.
Além disso, a empresa também compra lotes de equipamentos usados, que podem ser reaproveitados ou reciclados. Atualmente, a capacidade de processamento é de 5 mil equipamentos por mês, que são triados e testados em um laboratório próprio, tecnológico e automatizado.
Dos lotes comprados, a maioria é recolocada no mercado consumidor e o que não é aproveitado segue para parceiros homologados que realizam a reciclagem, concluindo o ciclo de sustentabilidade de TI completo.
A Microexato trabalha com computadores, notebooks, servidores, workstations e monitores das marcas Dell, HP e Lenovo, que são mais duráveis e confiáveis. Ainda oferece tecnologia atual e garantia de 1 ano, possuindo a mesma qualidade e desempenho de um produto novo e durabilidade prolongada. Também estão disponíveis configurações que atendem desde as atividades rotineiras de escritório, até grandes projetos de servidores e sistemas de armazenamento.
As empresas que optarem por esse modelo de reutilização podem incluir em seus relatórios de sustentabilidade os valores de insumos economizados na compra de seminovos, por exemplo, elevando sua imagem perante a sociedade e os investidores.
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