Sigla cada vez mais presente no mundo corporativo e nas estratégias do chamado capitalismo consciente, o ESG já virou objetivo de grande parte das empresas, especialmente daquelas que buscam atrair investidores. Para se ter uma ideia, o interesse pelo tema pode ser verificado nas buscas do Google, que aumentaram quatro vezes em 2021, quando comparadas a 2020, e 13 vezes em relação a 2019.
Especialistas têm afirmado que, quando um assunto está muito em alta no ambiente de negócios, é porque o dinheiro pode estar lá. Mas, afinal, o que é ESG mesmo?
Oriunda do inglês, a sigla se refere à “Environmental, Social and Governance”. Resumidamente, empresas que adotam o ESG são negócios preocupados com:
● Meio ambiente (E)
● Sociedade (S)
● Boas práticas de governança (G).
Apesar de o lucro não ser mais o foco principal nesse contexto, indiretamente as empresas estão percebendo que apostar nos três aspectos é a receita para fortalecimento da marca, além de atração e retenção de investidores.
O termo surgiu em relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), intitulado “Who Cares Wins”, de 2014. Na época, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, sugeriu que as instituições financeiras incorporassem princípios sociais, ambientais e de governança em suas análises de investimento. A Agenda 2030, que estabeleceu os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), e o Acordo de Paris também foram fundamentais para o desenvolvimento do ESG. Em ambos os casos, ficou claro que a incorporação de práticas sustentáveis, sociais e de governança tornaria o mercado mais sustentável e traria melhores resultados para a sociedade.
Desde então, o ESG é usado como uma espécie de “guia” para políticas de empresas em prol da sociedade, ampliando as boas práticas nos negócios. Entre os exemplos de ação na área ambiental (E) estão: reuso, redução das emissões de carbono, gestão dos resíduos e rejeitos, eficiência energética, biodiversidade, entre outros.
Já no item social (S) podemos citar desde políticas de diversidade e engajamento de funcionários no ambiente de trabalho, até projetos para reduzir a desigualdade na sociedade. Por fim, em governança (G) estão ações voltadas à transparência e que impeçam corrupção, discriminação ou assédio, gestão de riscos, composição do conselho administrativo, relação com governo e políticos, criação de canais de denúncias, entre outras.
Problemas com a utilização de recursos naturais, escândalos de corrupção, denúncias relacionadas à falta de equidade racial ou de gênero, além de vazamento de dados são apenas alguns exemplos de riscos que as empresas correm, ao não adotarem o ESG. E muitos investidores sabem que esses pontos influenciam no valor de mercado de um negócio.
Contudo, não é apenas quem investe que valoriza as boas práticas corporativas. Uma pesquisa da Nielsen mostrou que 66% dos consumidores estão dispostos a gastar mais em um produto de uma empresa abertamente sustentável. No Brasil, estudo do
Sebrae apontou que a porcentagem de consumidores que preferem comprar de marcas com práticas sustentáveis chega a 29%. Ou seja, os negócios que ainda não direcionaram seus esforços ao ESG podem estar perdendo oportunidades de crescimento.
Em meio ao período de crise que o mundo vive, cada vez mais acionistas e fundos de investimento têm cobrado das empresas práticas responsáveis e que tenham visão sustentável no longo prazo. De acordo com relatório da PwC, 77% dos investidores europeus pretendem parar de comprar produtos de empresas que não adotam o ESG nos próximos dois anos.
Essa tendência pode ser verificada também em um levantamento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA). Segundo a entidade, em 2020 existiam cerca de R$ 700 milhões em fundos ESG, quase três vezes mais que no ano anterior.
No Brasil, a empresa que mais tem se destacado na adoção do ESG é a Renner. Até o final do ano, a varejista pretende ter 100% de seus fornecedores com certificação socioambiental. No quesito social, em 2020 a empresa foi reconhecida como um dos dez negócios da Bolsa com maior número de mulheres no conselho de administração. A companhia também está vinculada a diversos movimentos sociais e apoia projetos que empoderam mulheres e que combatem à fome.
Outra brasileira que se destaca é a Natura, especialmente pelas ações voltadas à preservação do meio ambiente. Segundo a marca, em 21 anos foram 2 milhões de hectares conservados de floresta, o equivalente a cerca de 2,7 milhões de campos de futebol. A companhia também apoia projetos de música, educação e inclusão social e, atualmente, quase 8% do seu quadro de pessoal é composto por Pessoas Com Deficiência (PCD). Na lista de brasileiras que estão se destacando ainda podemos citar Santander, Itaú Unibanco, Bradesco, Klabin e Suzano.
O tema ESG já é frequente entre as maiores gestoras de investimento, como BlackRock, Vanguard e State Street; gigantes donas de ativos, como a California Public Employees’ Retirement System (CalPERS); e fundos de pensão governamentais de Japão, Suécia e Holanda. Conforme pesquisa mundial da FTSE Russell, de 2018, mais da metade dos donos de ativos estão implementando ou avaliando considerações sobre ESG em suas estratégias de investimento.
Com essa preocupação dos investidores, a tendência é de que, em breve, líderes de empresas large-cap tenham que prestar contas para seus acionistas sobre a performance da companhia em ESG. Além disso, a força de trabalho está cada vez mais sendo composta por Millennials, para quem o ESG é central em qualquer análise de negócios. Especialistas afirmam que em breve empresas mid-cap também serão cobradas sobre esses assuntos.
Um ponto-chave, quando se fala em ESG, é a materialidade. Em paper publicado em 2017 (CARPEJANI, P., PINHEIRO DE LIMA, E. MACHADO, C. G), ela é descrita por meio da definição dos padrões do GRI: a materialidade é aplicada aos relatórios de sustentabilidade e representa o “limiar a partir do qual os Aspectos tornam-se suficientemente expressivos para serem relatados. Além desse limiar, nem todos os Aspectos materiais têm a mesma importância, pois a ênfase do relatório deve refletir sua prioridade relativa”. Ou seja, esse conceito seria, em termos básicos, encontrar e padronizar formas de definir e calcular objetivamente – de forma material – quais são as questões a serem consideradas dentro da política ESG de cada organização.
O problema é que os padrões mudam de acordo com o tipo de indústria. Por exemplo: emissões de gases que geram o efeito estufa são materiais para uma companhia de eletricidade, mas não para uma de serviços financeiros; gerenciamento da cadeia de suprimentos é material para uma empresa de vestuário que usa mão-de-obra barata em países em desenvolvimento, mas não é para uma empresa farmacêutica.
Além disso, ainda não há uma unanimidade sobre o melhor padrão de cálculo. Em julho de 2021, por exemplo, a França propôs o estabelecimento de um preço mínimo para o carbono, algo que “poderia atenuar futuros confrontos na cena internacional”. Essa questão é de alta relevância, já que algumas empresas com iniciativas vagas nos pilares do ESG apresentam perdas financeiras.
O que o mercado tem mostrado, contudo, é que investidores tradicionais têm colocado em seus portfólios empresas focadas nas questões materiais de ESG, que impactam diretamente na performance financeira.
O assunto também tem ganhado tanta importância em questões de legislação. Muitas opiniões legais e guias regulatórios recentemente têm deixado claro que é uma violação fiduciária não considerar os fatores ambiental, social e de governança. Na Suécia, em 2018 o parlamento aprovou uma grande reforma exigindo que os 4 principais fundos de pensão do país se tornassem “exemplares” no campo do investimento sustentável. Conforme Will Martindale, Diretor de Política e Pesquisa na Principles for Responsible Investment (PRI), “falhar ao se integrar às questões de ESG é falhar nos deveres fiduciários”.
Um levantamento da ESG Institutional Shareholder Services mostrou que 476 resoluções ambientais e sociais de acionistas foram registradas nos Estados Unidos até 10 de agosto de 2018. Em relação ao total de resoluções, estas específicas aumentaram de 33% (entre 2006 e 2010) para 45% (entre 2011 e 2016). Em 2017, elas superaram os 50%. Os temas principais incluíram mudança climática e outras questões ambientais, direitos humanos, gerenciamento de capital humano e diversidade no ambiente de trabalho e no conselho das empresas.
De acordo com Rina Kupferschmid-Roja, responsável por finanças sustentáveis no UBS Group, seus clientes mais ricos querem saber se seus investimentos estão fazendo do mundo um lugar melhor. A cobrança dos acionistas pode ser verificada no lobby feito pela Climate Action 100+, que inclui mais de 320 investidores, representando US$ 32 trilhões de ativos sob gestão. O grupo está pressionando os maiores emissores de gases do efeito estufa para que se comprometam com a mudança climática e definam objetivos claros para reduzir as emissões.
A empresa de energia AES, por exemplo, desde que a transição de carvão para fontes de energia renováveis foi acelerada, atraiu investidores orientados para ESG da Europa e Canadá, que anteriormente a evitavam.
No quesito sustentabilidade, as empresas podem adotar diversas iniciativas que no futuro contribuirão para o meio ambiente. Repensar a aquisição de equipamentos de informática pode ser uma delas. Com mais de 20 anos de mercado, a Microexato é uma das pioneiras no setor de tecnologia sustentável – comercializa seminovos empresariais: computadores, notebooks, servidores e monitores Dell HP e Lenovo.
Ao adquirir esses produtos, evita-se a produção de um equipamento novo, o que significa uma economia de 210 kg de CO2, o equivalente a 840 km percorridos por um carro, e de 1.500 litros de água.
Na Microexato, todos os equipamentos são reaproveitados. Dos lotes comprados, a maioria é recolocada no mercado consumidor com garantia de 1 ano – produtos ideais para empresas. O que não é aproveitado segue para parceiros homologados que realizam a reciclagem, concluindo o ciclo de sustentabilidade de TI completo. Com isso, é garantida a total sustentabilidade do negócio e as organizações podem incluir essas compras em seus relatórios de sustentabilidade.
A Microexato padronizou seus testes ao desenvolver um laboratório tecnológico automatizado para poder realizar grandes volumes de operações simultaneamente. Atualmente, a capacidade de processamento é de 5 mil equipamentos por mês. Com isso, consegue vender produtos em pleno funcionamento, mas por até metade do preço de um equipamento corporativo novo. Essas categorias de equipamentos geralmente são exclusivamente direcionadas para venda direta e raramente estão disponíveis no varejo convencional.
Com tecnologia atual e garantia de 1 ano, esses equipamentos seminovos são rigorosamente triados e testados, possuindo a mesma qualidade e desempenho de um produto novo e durabilidade prolongada. Entre as configurações, estão disponíveis opções que atendem desde as atividades rotineiras de escritório, até grandes projetos de servidores e sistemas de armazenamento.
Referências:
● O que a sigla ESG quer dizer sobre uma empresa?
● Entenda o que é ESG e por que a sigla virou febre no mundo dos negócios
● O nosso compromisso com a Amazônia – Sustentabilidade
● Conheça as ações que se destacam em ESG
● ESG: conheça 11 ações que se destacam nas práticas sustentáveis
● Entenda por que a sigla ESG está em alta no mundo dos investimentos
● Tecnologia sustentável: como empresas estão economizando com equipamentos seminovos – Gizmodo Brasil
Leia mais:
● Microexato na Época Negócios – Computadores seminovos são uma ferramenta estratégica em políticas ESG
● Microexato na PEGN – Reuso de computadores é estratégia eficiente, econômica e de impacto ambiental positivo
● Microexato no Canaltech – Computador seminovo pode ser saída para economia de empresas na pandemia
● Microexato no Gizmodo – Tecnologia sustentável: como empresas estão economizando com equipamentos seminovos – Gizmodo Brasil
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